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quarta-feira, 11 de maio de 2016

CAPITÃO AMÉRICA - GUERRA CIVIL


CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL
DIREÇÃO: Anthony e Joe Russo
ELENCO: Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Samuel L Jackson e Tom Holland


O grupo dos Vingadores já está consolidado como uma majestosa reunião de heróis, com suma importância no ato de defender a sociedade. Porém, com um incidente, eles começam a questionar o quanto pode dar certo essa responsabilidade pela segurança de todos. O Capitão América defende a independente manutenção do amparo ao povo, mas o Homem de Ferro considera válida a interferência do governo no trabalho deles.


Caro leitor, compreendo perfeitamente aqueles que reprovarem o início dessa minha análise, e juro que tentei me esquivar do fato, mas julgo sensato fazer uma comparação entre Capitão América – Guerra Civil e Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Cada vez mais fico pensando que a DC Comics tem que procurar algum lugar para enfiar a cara, após o que eu considero ser o maior mico cinematográfico do ano, que foi trabalhar na teoria e na prática um duelo entre o homem-morcego e o mais desinteressante super-herói da história atual e recente. Tudo isso sem uma justificativa plausível e criando característica sem noção para os seus personagens. Pouco tempo depois, com as qualidades do filme aqui avaliado, a situação da fraca película protagonizada por Ben Affleck só piora. Mas vamos ao que interessa.

Para alegria geral da nação, a réplica da Marvel foi rápida e, mesmo que o estúdio não seja uma referência na entrega de grandes filmes, neste veio uma coroação apoteótica. Já aponta-se como o primeiro cerne a escolha do duelo, pois desde a primeira obra da franquia Os Vingadores, já percebia-se as divergências entre o Homem de Ferro e o Capitão América, fortificadas pelo sarcasmo do primeiro e pela cômica impaciência do segundo. O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely consegue estruturar fortemente a trama em uma premissa de que ambos os lados defendem o mesmo objetivo, porém escancarando uma diferente execução para um projeto que põe o bem-estar do ser humano em primeiro lugar. Não é um duelo sobre quem é melhor, mas uma disputa pelo consenso sobre qual a melhor forma de dar continuidade a um benevolente serviço, que como em tudo na vida, também tem lá suas desconfianças por parte de alguns – que não são poucos.

Bem trabalhado, Capitão América – Guerra Civil não deixa a desejar no quesito conteúdo, que no máximo denota adversidades entre os personagens, sem sequer criar a hipótese de expor tons vilanescos nos heróis, para não entrar em contradição por toda a história exposta em outrora. Mas nem por causa disso o filme deixa de ter o seu antagonismo, capaz até unir os dois adversos lados, e esse ponto foi brilhantemente vivido pelo ator espanhol Daniel Brühl, que mesmo sem tanto tempo em cena, consegue se destacar a altura dos demais atores.

Mesmo com uma trama forte, os diretores Anthony e Joe Russo não economizam em grandes e empolgantes cenas de ação, justificando a grande reunião ali feita, onde também é justo elucidar que, mesmo com o filme girando em torno do Capitão América e do Homem de Ferro, os demais personagens (grande parte deles membros d’Os Vingadores) não ficam em segundo plano, graças a um roteiro ágil que consegue dar importância o suficiente para cada um. E nesse quesito, destacam-se a Viúva Negra, cada vez interpretada com mais maturidade por Scarlett Johansson; a inserção do Homem-Formiga, que muitos nem lembravam que ali estaria, mas mostrou-se peça fundamental em algumas cenas; e obviamente a tão sonhada integração do Homem-Aranha, dessa vez mais coerente com a juventude do Peter Park e brilhantemente vivido por Tom Holland, um ator que nunca me enganou, no mais positivo dos sentidos, e retrato dos mais eficazes significados do termo “futuro promissor”.

Ainda por cima, a trama não tem medo de incluir cada vez mais personagens, que ainda terão vez nos próximos filmes, e numa situação de “tiro de escuro”, o resultado foi o crescimento de um time que só o engrandeceu e não fez com que as coisas saíssem do controle. Um majestoso trabalho em equipe em frente e atrás das câmeras.

Com um trabalho primordial de sonoplastia, que pode render 2 Oscars no segmento, Capitão América – Guerra Civil é sem dúvida o melhor filme da Marvel e um precioso voto de confiança para aqueles que acham que os seus super-heróis são bem maiores do que seres com poderes estratosféricos, e assim, ela passa a namorar a possibilidade de virar uma referência cinematográfica também no campo qualitativo. Agora só nos resta esperar a tréplica da DC Comics com o seu Esquadrão Suicida, e vermos se realmente o duelo entre ambos estúdios frequentará as salas de cinema, e se serão ao menos equilibrados, já que, no momento, o placar está 7x1 para a empresa dos Vingadores.      


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