CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL
DIREÇÃO: Anthony e Joe Russo
ELENCO: Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Samuel L Jackson e Tom Holland
O grupo dos Vingadores já está
consolidado como uma majestosa reunião de heróis, com suma importância no ato
de defender a sociedade. Porém, com um incidente, eles começam a questionar o
quanto pode dar certo essa responsabilidade pela segurança de todos. O Capitão
América defende a independente manutenção do amparo ao povo, mas o Homem de
Ferro considera válida a interferência do governo no trabalho deles.
Caro leitor, compreendo
perfeitamente aqueles que reprovarem o início dessa minha análise, e juro que
tentei me esquivar do fato, mas julgo sensato fazer uma comparação entre Capitão
América – Guerra Civil e Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Cada vez mais
fico pensando que a DC Comics tem que procurar algum lugar para enfiar a cara,
após o que eu considero ser o maior mico cinematográfico do ano, que foi
trabalhar na teoria e na prática um duelo entre o homem-morcego e o mais desinteressante super-herói da história atual e recente. Tudo isso sem uma
justificativa plausível e criando característica sem noção para os seus
personagens. Pouco tempo depois, com as qualidades do filme aqui avaliado, a situação
da fraca película protagonizada por Ben Affleck só piora. Mas vamos ao que
interessa.
Para alegria geral da nação, a
réplica da Marvel foi rápida e, mesmo que o estúdio não seja uma referência na
entrega de grandes filmes, neste veio uma coroação apoteótica. Já aponta-se
como o primeiro cerne a escolha do duelo, pois desde a primeira obra da
franquia Os Vingadores, já percebia-se as divergências entre o Homem de Ferro e
o Capitão América, fortificadas pelo sarcasmo do primeiro e pela cômica
impaciência do segundo. O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely
consegue estruturar fortemente a trama em uma premissa de que ambos os lados
defendem o mesmo objetivo, porém escancarando uma diferente execução para um
projeto que põe o bem-estar do ser humano em primeiro lugar. Não é um duelo
sobre quem é melhor, mas uma disputa pelo consenso sobre qual a melhor forma de
dar continuidade a um benevolente serviço, que como em tudo na vida, também tem
lá suas desconfianças por parte de alguns – que não são poucos.
Bem trabalhado, Capitão
América – Guerra Civil não deixa a desejar no quesito conteúdo, que no máximo
denota adversidades entre os personagens, sem sequer criar a hipótese de expor
tons vilanescos nos heróis, para não entrar em contradição por toda a história
exposta em outrora. Mas nem por causa disso o filme deixa de ter o seu
antagonismo, capaz até unir os dois adversos lados, e esse ponto foi
brilhantemente vivido pelo ator espanhol Daniel Brühl, que mesmo sem tanto
tempo em cena, consegue se destacar a altura dos demais atores.
Mesmo com uma trama forte, os
diretores Anthony e Joe Russo não economizam em grandes e empolgantes cenas de
ação, justificando a grande reunião ali feita, onde também é justo elucidar
que, mesmo com o filme girando em torno do Capitão América e do Homem de Ferro,
os demais personagens (grande parte deles membros d’Os Vingadores) não ficam em
segundo plano, graças a um roteiro ágil que consegue dar importância o
suficiente para cada um. E nesse quesito, destacam-se a Viúva Negra, cada vez
interpretada com mais maturidade por Scarlett Johansson; a inserção do
Homem-Formiga, que muitos nem lembravam que ali estaria, mas mostrou-se peça
fundamental em algumas cenas; e obviamente a tão sonhada integração do
Homem-Aranha, dessa vez mais coerente com a juventude do Peter Park e
brilhantemente vivido por Tom Holland, um ator que nunca me enganou, no mais
positivo dos sentidos, e retrato dos mais eficazes significados do termo “futuro
promissor”.
Ainda por cima, a trama não
tem medo de incluir cada vez mais personagens, que ainda terão vez nos próximos
filmes, e numa situação de “tiro de escuro”, o resultado foi o crescimento de
um time que só o engrandeceu e não fez com que as coisas saíssem do controle.
Um majestoso trabalho em equipe em frente e atrás das câmeras.
Com um trabalho primordial de sonoplastia,
que pode render 2 Oscars no segmento, Capitão América – Guerra Civil é sem
dúvida o melhor filme da Marvel e um precioso voto de confiança para aqueles
que acham que os seus super-heróis são bem maiores do que seres com poderes estratosféricos,
e assim, ela passa a namorar a possibilidade de virar uma referência
cinematográfica também no campo qualitativo. Agora só nos resta esperar a
tréplica da DC Comics com o seu Esquadrão Suicida, e vermos se realmente o
duelo entre ambos estúdios frequentará as salas de cinema, e se serão ao menos equilibrados, já que, no momento, o placar está 7x1 para a empresa dos
Vingadores.
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