Ads 468x60px

.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

GLOBO DE OURO 2017


Um Globo de Ouro para entrar para a história. O início da temporada de premiações colocava em cheque o suposto favoritismo de La La Land – Cantando Estações, levando em consideração a curva meteórica que Moonlight – Sob a Luz do Luar estava fazendo rumo a pole position. Mas bastou apenas o veredito da imprensa estrangeira de Hollywood para mostrar que o Dolby Theater já tem a quem celebrar no dia 26 de fevereiro.

Bem comandado pelo hilário Jimmy Fallon, o próprio número musical de abertura já mostrava de quem era a popularidade. Ora, La La Land – Cantando Estações é tido como uma ode à arte e à Hollywood, e se Ana Maria Bahiana (que não curte muito musicais) mostrou-se encantada, logo se vê que o filme chegou para despontar. Confesso que me perguntei se a obra venceria todos os prêmios que disputou na noite. As chances não eram pequenas, muito pelo contrário. A brasileira supracitada votou no filme em todas as categorias que disputava. Não deu outra: Melhor Filme Comédia/Musical, Ator Comédia/Musical (Ryan Gosling), Atriz Comédia/Musical (Emma Stone), Diretor (Damien Chazelle), Roteiro, Trilha Sonora e Canção (“City of Stars”). Foram sete prêmios que transformaram o musical no maior vencedor da história da premiação, deixando Um Estranho no Ninho e O Expresso da Meia-Noite para trás, ratificando a grande popularidade do jovem cineasta que concebeu o filme, desde o seu ótimo Whiplash – Em Busca da Perfeição.

Moonlight – Sob a Luz do Luar foi o Melhor Filme/Drama, mas isso claramente não significou nada, que embora esteja bem citado em premiações futuras, no final da história corre o risco de ser só mais um filme. Zootopia – Essa Cidade é o Bicho ficou com o prêmio de Melhor Animação, e foi muito merecido.


O Melhor Ator/Drama foi Casey Afleck, por Manchester à Beira Mar. Ele fez um discurso humilde, e hoje caminha tranquilamente e sozinho rumo à vitória no Oscar. Mas em fevereiro, seus escândalos de assédio sexual voltarão à tona, e veremos como ele se portará e o quão isso pode influenciar. Casey não é um ator de quinta grandeza, mas ele tem uma grande base: familiares e amigos de peso na indústria, que podem ser sua salvação.


A Melhor Atriz Coadjuvante foi Viola Davis, por Cercas. Uma espetacular e admirável atriz, que consegue, a cada premiação, fazer um discurso melhor que outro. Vê-la vencendo o Oscar será o peso tirado da consciência da indústria, que a viu estourando há cerca de dez anos e mostrando que veio para ficar.


Elle foi um trunfo, superou a eliminação no Oscar e ficou com uma inquestionável vitória em Filme Estrangeiro (a produção é francesa). E não parou por aí: Isabelle Huppert foi a Melhor Atriz/Drama pelo filme, numa das vitórias que eu mais vibrei na noite, superando nomes como Natalie Portman e Amy Adams. Que Hollywood olhe com muito mais carinho para essa estupenda profissional, a partir de agora. Agora o Globo de Ouro também nos contemplou com uma zebraça inesperadíssima. Qualquer ser comum apostaria que Mahershala Ali seria o Melhor Ator Coadjuvante. Se não fosse ele, seria Dev Patel ou Jeff Bridges. Quem venceu? Aaron Taylor-Johnson, por Animais Noturnos. Os perfumes distribuídos por Tom Ford fizeram um belo efeito. O que todos ficaram se perguntando foi o seguinte: Será que ele consegue ao menos ser indicado ao Oscar? Será que essa chocante vitória será suficiente para mudar o olhar dos votantes da Academia? Muitos acham difícil, inclusive eu. A última vez que isso aconteceu foi em 1975.


O ápice da festa foi a entrega do Cecil B. DeMille para Meryl Streep. Uma homenagem arrebatadora, recheada de belas imagens da maior e melhor carreira cinematográfica dos últimos 40 anos. Viola Davis falou para ela aquilo que todos gostariam de falar. A diva, em seu discurso, não perdeu a oportunidade de criticar o Presidente Eleito dos EUA Donald Trump. Tudo isso com razão. A indignação tomou conta dela ao relembrar a maneira debochada com que o magnata zombou de um deficiente. Assim, pediu que a imprensa não deixe passar nada, mostrando que ele não terá sossego ao exercer o mais importante cargo do Mundo. Além disso, num grande momento, Meryl citou diversos atores presentes na cerimônia, e os diversos países onde nasceram, ressaltando que o americano terá pouco a fazer, caso todos os estrangeiros sejam expulsos do país.  Aplausos de pé e uma emocionante lembrança à Carrie Fisher: “Se você tem um coração partido, o transforme em arte”.

LISTA COMPLETA DOS VENCEDORES DO GLOBO DE OURO 2017:

FILME/DRAMA Moonlight – Sob a Luz do Luar
ATOR/DRAMA Casey Affleck, por Manchester à Beira Mar
ATRIZ/DRAMA Isabelle Huppet, por Elle
FILME/COMÉDIA ou MUSICAL La La Land – Cantando Estações
ATOR/ COMÉDIA ou MUSICAL Ryan Gosling, por La La Land – Cantando Estações
ATRIZ/ COMÉDIA ou MUSICAL Emma Stone, por La La Land – Cantando Estações
DIRETOR Damien Chazelle, por La La Land – Cantando Estações
ATOR COADJUVANTE Aaron Taylor-Johnson, por Animais Noturnos
ATRIZ COADJUVANTE Viola Davis, por Cercas
ROTEIRO La La Land – Cantando Estações
FILME ESTRANGEIRO Elle (França)
ANIMAÇÃO Zootopia – Essa Cidade é o Bicho
TRILHA SONORA La La Land – Cantando Estações
CANÇÃO “City of Stars”, por La La Land – Cantando Estações




0 comentários: