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domingo, 5 de novembro de 2017

THOR: RAGNAROK



THOR: RAGNAROK
DIREÇÃO: Taiki Waititi
ELENCO: Chris Hemsworth, Cate Blanchett, Idris Elba e Mark Ruffalo


Vingador e um dos principais super-heróis da Marvel, Thor vive um grande drama: ele sofre uma prisão em um universo paralelo e ainda por cima está separado de seu martelo. Enquanto isso, o seu mundo está sofrendo uma destruição em massa com a chegada de uma nova vilã. Seu retorno para uma grande luta será difícil, pois duelos sangrentos dificultarão sua volta.


Após dois filmes bem-sucedidos (no quesito quantidade) da linha Os Vingadores, a Marvel hoje trabalha para engrandecer os “filmes solo” dos super-heróis membros deste time, para buscar a estabilidade de seu mais importante produto, até mesmo porque a Liga da Justiça está chegando aí para arrecadar outros milhões, mesmo que não se espere grande coisa da DC, apesar de Mulher Maravilha. Em Thor: Ragnarok, mantenho uma queixa que é a da Marvel continuar a misturar seus personagens clássicos, tirando o foco do protagonista de uma obra que tem que ser de um herói só. Será que ela está querendo fazer de seus filmes uma espécie de Os Vingadores disfarçado de algo menor? Enfim, só sei que melhor seria se meu descontentamento fosse apenas esse.

Se tem que ser feita alguma justiça com Thor: Ragnarok, que é dirigido pelo neozelandês Taika Waititi (responsável pelo Lanterna Verde) é o ato de mostrar que o filho de Odin não está mais para nenhuma brincadeira e pode ser tratado como tão poderoso quanto o Homem de Ferro ou o Capitão América, já que não é fomentado nenhum tipo de amedrontamento por parte dele diante de vilões, que neste filme estão sendo até multiplicados. Agora faz-se justo elucidar que nem todas as iniciativas que engrandecem a obra aqui avaliada, dão permissão para que, ao mesmo tempo, se construa um Thor metido a engraçadinho, servindo como base para atos onde o roteiro escrito por Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost (que têm carreiras mais voltadas aos desenhos animados) criam uma desnecessária e aborrecida atmosfera humorística, que acaba comprometendo o clímax de ação que o filme requer, levando-o a inúmeras cenas onde o espectador possa se perguntar qual a necessidade de tudo aquilo, que inverte a personalidade dos personagens, transformando homens sérios em sujeitos antipáticos, por estarem forçados ao extremo na tentativa  de quebrar o clima pesado, mas que acabou por manchar todo o filme, pois a sensação deixada por esses deslizes, supera qualquer virtude que a obra ainda pudesse exibir.

A inserção do Incrível Hulk na trama, que vai na linha da minha supracitada insatisfação com essa mistura de personagens de filmes diferentes fora d’Os Vingadores, veio a criar um novo time de heróis (ou só uma equipe com pessoas que possuem um único ideal), no qual admite-se que ali as forças se equivaliam em meio a um excelente trabalho de efeitos visuais. Mas ao mesmo tempo persiste o “desvio da função cinematográfica”, quando novamente querendo ser cômicos, pintam um Thor playboy e malandro, além de estruturarem uma trama que não dá abertura para os vilões, fora uma cena de nudez posterior, sem a mínima necessidade. Por que Hollywood gosta tanto disso? Esclareço que não me volto contra um ator ou atriz se despirem, mas acredito que o roteiro deve dar margem para tal, o que não é o caso de Thor: Ragnarok.

Voltando ao caso dos antagonistas, a obra abusa da apelação ao investir num Loki tão limitado quanto em qualquer outro filme em que ele esteja, contribuindo para o desgaste do personagem, que talvez nem seja tanto, pois ainda é interessante observar as suas estripulias aqui e acolá. Aliado a isso, temos uma desvalorizada presença de Cate Blanchett na trama, que além de estar fazendo uma fraca atuação, não foi contemplada com um roteiro que permitisse uma personagem vilanesca mais presente, que só teve um fraco destaque em um conflito familiar ao estilo “briga por herança” – o que é lamentável para uma película que tem um elenco que possui bons nomes, e até mostra um Chris Hemsworth mais à vontade como Thor e conta inclusive com um Idris Elba bem ao estilo “Príncipe da Pérsia”.

Almejando ser metafórico, quando na verdade demonstra ser meloso ao querer pregar que martelo não é fonte de força, Thor: Ragnarok acaba por ser um filme que se perde na tentativa de ser uma boa obra de ação com inadequados toques humorísticos, e que praticamente não tem o que fazer com seus pobres personagens, que tentam buscar sua utilidade numa trama, que claramente ligou um sinal de alerta para a sucessão de bons filmes da Marvel.



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